quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Lisete Maria Massulini Pigatto: Ação de Graças na EMEF Aracy Barreto Sacchis.

Lisete Maria Massulini Pigatto: Ação de Graças na EMEF Aracy Barreto Sacchis.




NOVA
PERSPECTIVA INCLUSIVA ÀS PESSOAS COM SURDEZ.
                                                                      Lisete Maria Massulini
Pigatto[1]


         Contemporaneamente a Educação Especial,
na perspectiva inclusiva atua como um serviço complementar no AEE - Atendimento
Educacional Especializado na escola ou na classe comum. Oferecendo novas
possibilidades e oportunidades as pessoas com surdez, nos espaços onde a Libras
e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução.
                  Historicamente o embate político,
epistemológico entre gestualistas e oralistas ocupou um lugar de destaque na
educação das pessoas surdas, associando resultados escolares às suas práticas
pedagógicas específicas. Contemporaneamente, a nova política de educação no
Brasil organiza-se de forma diferente no intuito de superar a visão fragmentada
do homem, da sociedade, da cultura e da linguagem. Atua numa perspectiva
voltada a inclusão para todos, instigando-os para que participem como cidadãos
ativos.
                  Discorda-se das propostas exclusivas
que separam as pessoas com surdez das ouvintes, minimizando o seu potencial. Não
se admite mais embates entre gestualistas e oralistas centralizando o problema
na língua. Segundo Damazio e Ferreira (2010) O problema da educação das pessoas
com surdez não está na língua, mas na qualidade do aprender a aprender (MORIN,
2001) e na eficiência das práticas pedagógicas que se aprimoram.
                
Na visão de António Reis (2014) o construtivismo preocupou-se inicialmente
com reglas y moldear; depois com o enseñar y entrenar, o saber saber e o saber
fazer e atualmente com interessa-se pelo guiar y apoyar, no modo de como se
consolidam as informações e o conhecimento. Neste momento estamos em busca do novo
modelo de como ensinar a aprender, para viver e conviver melhor neste novo
paradigma voltado a globalização.
            Fundamentados nesta teoria de
aprendizagem, as pessoas com surdez precisam ser estimuladas a motivadas a reivindicar
direitos, a organizar ambientes educacionais que instiguem a participação para
desenvolver a capacidade perceptivo-cognitiva, reflexiva exercitando a sua cidadania.
O ambiente escolar tradicional precisa ser melhorado, não oferece condições às
mediações simbólicas com o meio físico e social para todos e não exercita ou
provoca a capacidade representativa (DAMAZIO, FERREIRA, 2010). Compromete o pensar,
a linguagem e os sentidos das pessoas surdas.
                Concorda-se com Damazio e Ferreira (2010), o
Atendimento Educacional Especializado às pessoas com surdez precisa ser em
redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações, sem
reducionismos, com ações conectadas pelo pensar e o fazer pedagógico. Deste
modo o ambiente inclusivo volta-se ao aprender a aprender (MORIN, 2001) favorecerá
a mediação do professor e o aluno transformará as informações em conhecimentos,
(CAPDET, 2012) de modo mais saudável.
               Portanto, aprender apenas a língua de
sinais não garante uma aprendizagem significativa. Estas pessoas precisam ser
respeitadas nas limitações e valorizadas nas potencialidades para que obtenham
sucesso na escola e na sociedade. Acredita-se que a transformação da escola
passa pela melhoria das práticas pedagógicas inclusivas, pelo aprimoramento dos
métodos, das técnicas e ferramentas tecnológicas voltadas a escola do futuro.
       Acredita-se que a educação neste
contexto será mais significativa e a ação pedagógica não ficará tão restrita ao
conhecimento, mas se dará pela ação reflexão de forma inter e intrapessoal no
meio vivencial melhorando consideravelmente a vida e a convivência dos surdos e
de todos os alunos.


Referencias


CAPDET,
D.Aprendizaje Formal e Informal, a cargo de DolorsCapdet, 2012.
Disponível:https://sas.elluminate.com/site/external/jwsdetect/playback.jnlp?psid=2012-01-11.0852.M.62DFC23DE29EA633E32D1BB63E1D05.vcr&sid=2010449acesso
11 de janeiro 2012.


DAMÀZIO,
M F. M.; FERREIRA, J. Atendimento Educacional Especializado em Construção –
Curso AEE, UFC, 2014.


MORIN,
E. Introdução ao Pensamento Complexo. 3. ed. Lisboa: Inst. Piaget. 2001.


_________
Os Sete saberes necessários à educação do futuro. 2001.


REIS,
A. Curso Métodos y herramientas básicas para Enseñar la escuela de futuro.
MOOC, Reddolac, 2014.



       












[1]
Lisete Maria Massulini Pigatto, Educadora Especial e Drª em Ciências da
Educação.  Atua no sistema Estadual e
Municipal de Ensino na Cidade de Santa Maria, RS, BR onde se desenvolvem
projetos que visam à inclusão escolar e social de todos os alunos. Acadêmica do
Curso de Direito na FADISMA.