NOVA PERSPECTIVA INCLUSIVA ÀS PESSOAS COM SURDEZ
Lisete Maria Massulini Pigatto
Contemporaneamente a Educação Especial, na perspectiva inclusiva atua como um serviço complementar no AEE - Atendimento Educacional Especializado na escola ou na classe comum. Oferece novas possibilidades e oportunidades as pessoas com surdez, nos espaços onde a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução.
Historicamente o embate político, epistemológico entre gestualistas e oralistas ocupou um lugar de destaque na educação das pessoas surdas, associando resultados escolares às suas práticas pedagógicas específicas. Contemporaneamente, a nova política de educação no Brasil organiza-se de forma diferente no intuito de superar a visão fragmentada do homem, da sociedade, da cultura e da linguagem. Atua numa ordem voltada a inclusão para todos, instigando as pessoas a participar na sociedade como cidadãos.
Discorda-se das propostas exclusivas que separam as pessoas com surdez das ouvintes, minimizando o seu potencial. Não se admite mais embates entre gestualistas e oralistas centralizando o problema na língua. Segundo Damazio e Ferreira (2010) O problema da educação das pessoas com surdez não está na língua, mas na qualidade do aprender aprender (MORIN, 2001) e na eficiência das práticas pedagógicas que se aprimoram.
Na visão de António Reis (2014) o construtivismo preocupou-se inicialmente com reglas y moldear; depois com o enseñar y entrenar, o saber saber e o saber fazer e atualmente com interessa-se pelo guiar y apoyar, no modo de como se consolidam as informações e o conhecimento. Neste momento estamos em busca do novo modelo de como ensinar a aprender, para viver e conviver melhor neste novo paradigma globalizado.
Fundamentados nesta teoria de aprendizagem, as pessoas com surdez precisam ser estimuladas a motivadas a reivindicar direitos, a organizar ambientes educacionais que instiguem a participação para desenvolver a capacidade perceptivo-cognitiva, reflexiva exercitando a sua cidadania. O ambiente escolar tradicional precisa ser melhorado, não oferece condições às mediações simbólicas com o meio físico e social para todos e não exercita ou provoca a capacidade representativa (DAMAZIO, FERREIRA, 2010). Compromete o pensar, a linguagem os sentidos das pessoas surdas e outras.
Concorda-se com Damazio e Ferreira (2010), o Atendimento Educacional Especializado às pessoas com surdez precisa ser em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações, sem reducionismos, com ações conectadas pelo pensar e o fazer pedagógico. Deste modo o ambiente inclusivo volta-se ao aprender novos saberes (MORIN, 2001) favorecendo a mediação do professor e assim o aluno transformará as informações em conhecimentos (CAPDET, 2012.
Neste novo modelo social inclusivo a educação tem como princípios fundamentais o aprender a conhecer, a fazer, a viver e a ser, segundo Delors (1998). Nesta perspectiva ter consciência da complexidade torna-se fundamental para viver e conviver de forma saudável. Neste contexto se acolhe seres racionais e não tão racionais, "Homo sapiens sapiens demens", para isso requer um ser humano dialógico (MORIN, 2001) capaz de participar do sistema democrático, que tenham acesso há informações relevantes, de modo que todos consigam construir conhecimento emponderando-se deles. Portanto, aprender apenas a língua de sinais não garante aprendizagem significativa. Estas pessoas precisam ser respeitadas nas suas limitações e valorizadas nas potencialidades para obter sucesso.
Acredita-se que a transformação da escola passa pela melhoria nas práticas pedagógicas inclusivas quando se dispõe a acolher a todos, pelo aprimoramento dos métodos, das técnicas e ferramentas tecnológicas voltadas a escola do futuro. Uma educação neste contexto será mais significativa e a ação pedagógica não ficará tão restrita ao conhecimento, mas se dará pela ação reflexão de forma inter e intrapessoal no meio vivencial melhorando consideravelmente a vida e a convivência dos surdos e de todos os alunos.
Referencias
CAPDET, D.Aprendizaje Formal e Informal, a cargo de DolorsCapdet, 2012. Disponível:https://sas.elluminate.com/site/external/jwsdetect/playback.jnlp?psid=2012-01-11.0852.M.62DFC23DE29EA633E32D1BB63E1D05.vcr&sid=2010449acesso 11 de janeiro 2012.
DAMÀZIO, M F. M.; FERREIRA, J. Atendimento Educacional Especializado em Construção – Curso AEE, UFC, 2014.
DELORS, J. Educação um tesouro a descobrir. Cortez, SP, 1998.
MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 3. ed. Lisboa: Inst. Piaget. 2001.
_________ Os Sete saberes necessários à educação do futuro. 2001.
REIS, A. Curso Métodos y herramientas básicas para Enseñar la escuela de futuro. MOOC, Reddolac, 2014.
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