domingo, 23 de março de 2014

UMA NOVA PERSPECTIVA NA EDUCAÇÃO GLOBALIZADA


UMA NOVA PERSPECTIVA NA EDUCAÇÃO GLOBALIZADA

                                                              Lisete Maria Massulini Pigatto[1]

 

 

                    Contemporaneamente o mundo transforma-se e requer mudanças no comportamento das pessoas. Para isso no Brasil e no mundo organizam-se novas propostas políticas educacionais e socioeconômicas no intuito de superar a visão fragmentada do homem e da sociedade valorizando a cultura.

           Jose Manuel Fernandes, em nome da Comunidade Europeia aponta estratégias para 2020. Alerta que há inúmeros desafios comuns a vencer no planeta: a globalização, os recursos escassos, as alterações climáticas, o envelhecimento da população, a gestão da migração e a questão da energia. Para vencê-los lançaram as Estratégias Europa 2020, com isso pretende alcançar um crescimento inteligente com investigação inovação, um crescimento sustentável do ponto de vista econômico, ambiental e inclusivo com igualdade de oportunidades. Para alcançar os objetivos estabeleceram cinco metas: o emprego; a investigação, o desenvolvimento e inovação; as alterações climáticas e energia; a educação combate a pobreza e a exclusão social; melhoria na competitividade, promoção emprego e inclusão social.

           Um modelo de gestão que serve para inspirar os países e os blocos. Neste contexto educar volta-se a diversidade e vem atuando numa ordem inclusiva, instigando a participação de todos num processo livre e democrático de cidadania pró-ativa. No intuito de melhorar esta globalização perversa, a educação enfrenta desafios nos campos tecnológico e social. Para isso precisa qualificar professores inovadores capazes de ensinar a aprender.

        Nesta perspectiva vem realizando MOOCs no espaço ibero-americano e mundial via RedDOLAC – Red del Docentes de America Latina y del Caribe, coordenado por Henry Chero V. No inicio do ano de 2014 tivemos a oportunidade de participar do Curso de Métodos y herramientas básicas para Enseñaren la escuela del futuro - MOOC, coordenado pelo Professor Àntonio Reis, Doutor em Ciências da Educação de Portugal. Um evento que contemplou professores do espaço ibero-americano e arredores com saber e tecnologia no intuito de ajudar a humanizar as pessoas neste contexto.

 

 

        O curso aberto foi realizado em linea na web e ofereceu aos docentes do mundo inteiro a oportunidade de ampliar conhecimentos e exercitar a sua co-produção. Nas aulas e nos foros virtuais tivemos a oportunidade debater a importância da comunicação na aprendizagem.

         Participar e organizar reuniões no Doodle, aprender a lidar com Hangout, Skipe, conversor de fusos horários pois moramos em países diferentes e os trabalhos eram em grupo. Inicialmente não foi fácil, mas conseguimos, aprendemos a compartilhar trabalhos no Dropbox e Google Drive. Realizamos diversas viagens virtuais, onde conhecemos as maravilhas e particularidades dos países como o Peru, a Argentina e a Índia.

         Estudamos a evolução do ensino e das tecnologias no ensino presencial e a distancia na perspectiva da escola do futuro até chegar ao novo Modelo ID – Instrucional Design. Comparamos a educação nos diversos países como Ariño primaria y secundaria en Aragón, España; a escola da Corea do Sul; o sistema educativo Finlandés considerado o melhor do mundo. A escola japonesa, a educação socialista em Cuba e a prática efetiva de Portugal.

        Através do Adobe Connect se participou das tutorias, nos debates semanais que abordaram o comunicar, a evolução e o compartilhamento pela tecnologia: o aprender a ensinar, divulgar, ensinar a aprender e a competência que devem ter os professores para lidar com esta perspectiva global. Neste contexto aprender a ensinar requer acesso às novas tecnologias, as metodologias pedagogias, didáticas, ao saber fazer e como as implementar.

        Para conhecer melhor as nossas culturas construímos um Padlet, uma Pizarra colaborativa em grupos com integrantes dos mais diversos países. Uma ousadia inédita e muito divertida realizada pelas alunas Lucía Pineda de Díaz de El Salvador, Lucía Díaz Góngora do México e Lisete Maria Massulini Pigatto do Brasil. Disponível em: http://es.padlet.com/wall/xq6cfm7dnz

        Na web dialogamos sobre aprendizagem colaborativa e como se pensa o ensinar a aprender, seja no ensino presencial ou virtual. Temas de responsabilidade dos professores que devem ser capazes de desenvolver novas habilidades e competências para trabalhar neste processo, o modo de como ensinar a aprender com seus alunos neste contexto no século XXI.

       Neste sentido, o novo modelo social inclusivo requer professores com outro perfil, um profissional ousado, capaz de inovar, de correr riscos, de desenvolver metodologias novas formas de ensinar a aprender e participar de ambientes educacionais colaborativos. Uma pessoa capaz de conscientizar seus alunos sobre o novo mundo, que requer trabalho, dedicação, um aprender constante e concomitante para que se alcance uma vida com qualidade.

 

        Para alcançar estes objetivos o professor precisa ser capaz de sensibilizar os alunos sobre a importância do condutismo e do construtivismo. De modo que estes aprendam a pensar e a transformar a memória de curto prazo em memória permanente para poder ter e ser mais humano nesta aldeia globalizada como previa McLuham (1969) nas novas formas de tribalização. 

        Neste sentido percebe-se que o mundo não é fragmentado e requer uma aprendizagem inovadora, multimodal e permanente de todos os cidadãos. Atualmente aborda-se o conhecimento de forma diferente com acessibilidade. Deste modo às pessoas devem aprender a resolver problemas, a viver e a conviver de forma humanitária. Consequentemente a escola deve acompanhar esta evolução, trabalhar com qualidade e eficácia favorecendo a inclusão.

                     O artigo tem como objetivo analisar a formação dos professores para este mundo globalizado e questiona: - Estamos preparados para ensinar a aprender na escola do futuro? Justifica-se o tema pela necessidade que se tem na busca do perfil adequado a educação do novo modelo social inclusivo que vem se organizando neste mundo contemporâneo que precisa humanizar-se.

        A partir desta experiência no MOOC percebe-se que encontramos um caminho seguro, uma nova forma de aprender. Percebe-se que os problemas educacionais nos países são semelhantes e que necessitam [...] “el desarrollo de politicas, programas y experiências inclusivas que garanticen el derecho de todos los alunos a uma educacíon de calidade junto com sus compañeros de edades similares.” (MARCHESI e GARRIDO, 2014 p. 5) Um enfoque que contempla múltiplas iniciativas e que tem como objetivo oferecer uma educação justa e equitativa a todos que são impossibilitados e tem dificuldade para aprender, que não tem acesso ao conhecimento, a vida digna.

                   Contemporaneamente se aposta numa cidadania multicultural e inclusiva que necessita de impulso do sistema educativo. Na intenção de que o ensino nas escolas atenda as diferenças. Neste novo paradigma a escola inclusiva aposta na participação, prima pelo [...] “respeto mutuo, el apoyo a los que tienen más dificultades de aprendizaje, la sensibilidade y el reconocimento de los grupos minoritários, la confianza y las altas expectativas ante las possibilidades futuras de todos los alunos.” (MARCHESI e GARRIDO, 2014 p. 5) Atua na perspectiva de que todos trabalhem para a educação de qualidade.

                      Educar para a diversidade requer desenvolver escolas inclusivas. Frente à discriminação e a exclusão criar oportunidades consiste no maior desafio do novo modelo social inclusivo de modo que as instituições e a sociedade consigam se organizar para resolver os problemas de forma saudável. Superar estas barreiras requer [...] “promover câmbios substantivos, tanto em el àmbito de las políticas como em la cultura, organización y práticas de las escuelas, com el fin de garantizar el acceso, la permanência, la participación y el aprendizaje de todos los estudiantes.” (BLANCO Y HERNANDEZ, 2014, p.9)   Para que participem em igualdade de condições.

1.    A globalização na formação dos professores.

 

 

 

        O artigo desenvolve as ideias voltadas a formação dos professores na perspectiva da educação inclusiva, porque na realidade de alguma forma sempre estamos excluídos e necessitamos de novas oportunidades educativas, seja presencial ou virtual. Confrontando-as com as exigências do sistema educativo, as dinâmicas sociais e tecnológicas. Destaca-se a importância dos MOOCs na formação dos professores inclusivos, no mundo capitalista que necessita de humanização e compaixão em todas as áreas e setores sociais.

      Antigamente a educação era um privilégio dos mais abastados. Atualmente a inclusão ou a educação inclusiva volta-se para todos aqueles que de uma maneira ou outra se encontram excluídos do sistema. Os índios, quilombolas, afrodescendenstes [...] “com discapacidad o com necessidades educativas especiales, o a quienes vivem em contextos de pobreza, aunque progressivamente se está adoptando um enfoque más amplio” (BLANCO, 2014, p. 12) De modo que se contemple a todos, superando as diferenças pelo acesso equitativo a uma educação de qualidade sem discriminações.

       A UNESCO (2005) entende a educação inclusiva como um processo orientado para atender a diversidade com ênfase naqueles que estão excluídos ou em risco de ser marginalizados. Incrementa a sua participação na cultura, no currículo e nas comunidades no intuito de minimizar a exclusão. Para superar estas barreiras e o preconceito se faz necessário dar um salto [...] “desde la inclusion em la escuela a la inclusion em la aprendizaje para lograr la democratizacíon em el acesso al conocimento, fator chave para la construccion de sociedades más justas y democráticas. (BLANCO, 2014, p. 16)

         Atualmente a Educação Especial, na perspectiva inclusiva atua como serviço complementar no AEE - Atendimento Educacional Especializado na escola ou na classe comum. Pelas suas ações e atividades educativas oferecem possibilidades e oportunidades de inclusão as pessoas com deficiência. Porem, nas turmas há uma diversidade de alunos oriundos de povos afrodescendentes, migrantes, alunos com déficit de atenção, evadidos e marcados pela pobreza. Neste sentido a escola se organiza, planeja e procura atendê-los de acordo com suas necessidades e potencialidades.

       Nesta perspectiva constatam as autoras Rosa Blanco y Laura Hernandez (2014) que educar em e para a diversidade favorece o conhecer e o conviver com as pessoas descapacitadas, de modo que estas em conjunto com os outros possam vivenciar situações e modos de vida distintos. Neste sentido, compromete as pessoas a desenvolver valores de cooperação e solidariedade para que todas as pessoas possam construir sua identidade e ser feliz.

2.         A Escola a Comunidade e a Cidadania.

 

 

       Os Quatro Pilares da Educação um tesouro a descobrir relatados por Jacques de D’Elors (1998) caracterizam-se como os princípios educacionais fundamentais: aprender a conhecer, a fazer, a viver e a ser. Aponta o aprender a conhecer como fundamento essencial ao compreender, conhecer para descobrir que atua como motivador na buscar pelo saber. Sendo assim os processos de aprendizagens requerem que se oportunizem aprender a aprender outros saberes, uma tarefa que engloba toda a existência terrena.

       Pensando na diversidade dos alunos que temos na escola é que se organiza um trabalho diferenciado no Colégio Estadual Coronel Pilar e na EMEF Aracy Barreto Sacchis, disponível em: https://www.facebook.com/groups/552299361472110/ acesso 15/03/2014. A experiência mostra um caminho que favorece a inclusão escolar e social.

                  Neste sentido busca-se uma fundamentação teórica mais segura utilizando o condutismo e o construtivismo num processo para ensinar a aprender. Na visão de António Reis (2014) para aprender de forma eficaz necessita-se do condutismo e do construtivismo. No condutismo o aluno deve parar de pensar enquanto escuta, interessando-se mais pelos aprender a aprender. Ao revisar o construtivismo se percebe que este se preocupou inicialmente com reglas y moldear; somente depois com o enseñar y entrenar, o saber saber e o saber fazer e atualmente interessa-se pelo guiar y apoyar, no modo de como se consolidam as informações e o conhecimento.

       Contemporaneamente estamos em busca de um novo modelo educacional que realmente instigue o como ensinar a aprender, para que as pessoas possam viver e conviver melhor neste novo paradigma globalizado. Percebe-se que o novo modelo social tem como princípios a inclusão, o trabalho e a propriedade privada. Uma proposta democrática que requer respeito participação e exercício de cidadania para que consigam incluir-se.

       Para que o processo inclusivo seja bem sucedido deve considerar o tempo e os espaços sociais as normas e as leis, as particularidades e a cultura de cada sociedade. Em nosso país, as leis e as normas são fundamentais para garantir direitos e deveres, o exercício da cidadania de todas as pessoas.

        Deste modo as pessoas precisam ser estimuladas, motivadas e ter a oportunidade para reivindicar os seus direitos. Cumprir com as suas obrigações, preparando-se deste modo para atuar como cidadãos ativos, capazes de ajudar a melhorar a sociedade de forma justa e equilibrada.    

 

        Nesta perspectiva a escola precisa organizar-se de modo diferente, fazer parceria com as famílias e a comunidade. Organizar ambientes educacionais que instiguem a participação para desenvolver a capacidade perceptivo-cognitiva, reflexiva em todas as áreas do saber. O ambiente escolar tradicional precisa ser melhorado pois não oferece condições às mediações simbólicas com o meio físico e social para todos, não exercita ou provoca a capacidade representativa (DAMAZIO, FERREIRA, 2010). Compromete o pensar dos alunos, a linguagem, os sentidos das pessoas surdas e outras.

                   Concorda-se com Damazio e Ferreira (2010) que o Atendimento Educacional Especializado precisa ser em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações, sem reducionismos, com ações e atividades pedagógicas conectadas pelo pensar e o fazer pedagógico. Sejam estas presenciais ou virtuais de modo que todos consigam aprender. 

        Assim, se faz necessário exercitar o pensamento e a memória para aprender a fazer e exercer com competência uma atividade profissional no mundo do trabalho. Contemporaneamente os avanços tecnológicos modificam as empresas e as relações de trabalho, exigem outras habilidades e competências dos alunos. Para atender esta demanda os professores devem qualificar-se, ser criativos e aprender a lidar com a tecnologia fundamental no processo de ensino aprendizagem que exige novas formas de se educar.

         Para melhorar a educação, a UNESCO lançou um Marco de competencias de los docentes en materia de TIC. Gradativamente as tarefas físicas são substituídas pelas virtuais no intuito de eliminar o papel e o lápis para prevenir o desmatamento, preservar a natureza e o meio ambiente.

        Nesta perspectiva ter consciência da complexidade torna-se fundamental para viver e conviver de forma saudável pois neste contexto se acolhem seres racionais e não tão racionais, “Homo sapiens sapiens demens”, para isso requer um ser humano dialógico (MORIN, 2001) capaz de participar do sistema democrático com acessibilidade há informações relevantes, de modo que todos consigam construir conhecimento se emponderando deles.

        Portanto, aprender apenas a língua de sinais ou o braile não garante uma aprendizagem significativa. Estas pessoas precisam ser respeitadas nas suas limitações e valorizadas nas potencialidades para obter sucesso. .Deste modo o ambiente inclusivo volta-se ao aprender a aprender novos saberes (MORIN, 2001) favorecendo a mediação do professor e assim o aluno transformará as informações em conhecimentos (CAPDET, 2012).

                     Acredita-se que a transformação da escola passa pela melhoria nas práticas pedagógicas inclusivas quando se dispõe a acolher a todos, pelo aprimoramento dos métodos, das técnicas e ferramentas tecnológicas voltadas a escola do futuro. Uma educação que será significativa e a ação pedagógica não ficará restrita ao conhecimento, mas se dará pela ação reflexão.

Considerações Finais

 

 

        O mundo vem se modificando ao longo dos tempos pela educação e pela tecnologia, pela ação reflexão, de modo que as pessoas possam humanizar-se por meio do saber. Neste sentido torna-se necessário qualificar professores para trabalhar na perspectiva inclusiva, acolhendo a todos. De modo que se disponham a aprender a aprender e fazer para lidar com a diversidade, combinar fatores com iniciativa e consigam trabalhar em equipe porque as formas de ganhar a vida vem se tornando variadas e possíveis.

       Neste sentido oportunizar aos alunos uma educação de qualidade que os instigue a aprender concomitantemente em todos os ambientes sejam presenciais ou virtuais. Assim, cabe aos professores descobrir como ensiná-los a aprender melhor de modo que possam modificar o seu comportamento e ter uma participação social mais efetiva nas decisões futuras, melhorando as condições socioeconômicas no país e no mundo com as suas ideias. De modo que se consiga organizar sociedades mais justas igualitárias e felizes.

       O mundo é globalizado e precisamos instiga-los a pensar. Na minha escola além dos conteúdos triviais, trabalha-se com a Educação Fiscal e a Educação para o Trânsito, de modo que gradativamente consigam lidar com as questões da vida e da convivência de forma mais saudável. Portanto incentivar a criatividade, respeitar as potencialidades e as necessidades individuais contribui para um desenvolvimento pessoal de forma intra e interpessoal. 

        Conclui-se que os professores precisam preparar-se para a escola do futuro seguindo a orientação dos princípios educacionais. A escola e as instituições formadoras devem favorecer capacitação aos professores, seja presencial ou virtual. Incentivar motivar e oportunizar a todos que aprendam a viver e a conviver juntos. Exercitando o seu papel no desenvolvimento de conceitos e opiniões para transformar a sociedade. Aproximando as partes, valorizando as diferenças para favorecer uma cultura inclusiva e colaborativa. Portanto, cabe há educação iniciar seus alunos nesta tarefa de modo que consigam resolver problemas e ajudem a construir uma cultura de paz global.

 

 

 

 

 

 

Referencias

 

CAPDET, D. .Aprendizaje Formal e Informal, a cargo de DolorsCapdet. Disponível:https://sas.elluminate.com/site/external/jwsdetect/playback.jnlp?psid=2012-01-11.0852.M.62DFC23DE29EA633E32D1BB63E1D05.vcr&sid=2010449acesso 11 de janeiro 2012.

 

COMPETENCIA EM TIC PARA DOCENTES. ONU, PARIS, SP UNESCO, 2008. Disponível em: http://www.portaleducativo.hn/pdf/Normas_UNESCO_sobre_Competencias_en_TIC_para_Docentes.pdf Acesso 2/03/2014.

 

DAMÀZIO, M F. M.; FERREIRA, J. Atendimento Educacional Especializado em Construção – Curso AEE, UFC, 2014.

 

DELORS, J. Educação um tesouro a descobrir. Cortez, SP, 1998.

 

FERNANDEZ, J. Estratégia Europa 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZfZqNtTijvM   acesso10/03/2014.

 

MARCHESI, A; BLANCO, R.; HERNANDEZ,  L. Avances y desafios de la educación inclusiva en Iberoamérica. OEI, 2014. Disponível em: http://www.oei.es/publicaciones/Metas_inclusiva.pdf acesso 12 março 2014.

 

MÉTODOS Y HERRAMIENTAS BÁSICAS PARA ENSEÑAREN LA ESCUELA DEL FUTURO. MOOC. RedDOLAC Disponível em: elearning.thegraal.net/login/index.php  acesso 15/03/2014.

 

MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 3 ed. Lisboa:Piaget. 2001.

_________ Os Sete saberes necessários à educação do futuro. 2001.

REIS, A. Nuevo Modelo ID como enseñar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E_DMwGoyC6s acesso 28/02/2014.

 

 

https://docs.google.com/document/d/1aU4IjDjvKPM5d2B5eo8aa5vHsuKkM7emdS9xef7RTCY/edit?usp=sharing

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[1] Lisete Maria Massulini é Dr. Em Ciências da Educação. Atua como Educadora Especial no sistema estadual e municipal de ensino na Cidade de Santa Maria, RS onde desenvolve projetos que visam à inclusão escolar e social dos alunos na diversidade. Acadêmica no Curso de Direito na FADISMA – Faculdade de Direito na Cidade de Santa Maria, RS, Brasil, 2014.
http://www.aee2010.ufc.br/aee/cursos/aplic/index.php?cod_curso=198

sexta-feira, 14 de março de 2014

NOVA PERSPECTIVA INCLUSIVA ÀS PESSOAS COM SURDEZ

NOVA PERSPECTIVA INCLUSIVA ÀS PESSOAS COM SURDEZ

Lisete Maria Massulini Pigatto

 



Contemporaneamente a Educação Especial, na perspectiva inclusiva atua como um serviço complementar no AEE - Atendimento Educacional Especializado na escola ou na classe comum. Oferece novas possibilidades e oportunidades as pessoas com surdez, nos espaços onde a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução.

Historicamente o embate político, epistemológico entre gestualistas e oralistas ocupou um lugar de destaque na educação das pessoas surdas, associando resultados escolares às suas práticas pedagógicas específicas. Contemporaneamente, a nova política de educação no Brasil organiza-se de forma diferente no intuito de superar a visão fragmentada do homem, da sociedade, da cultura e da linguagem. Atua numa ordem voltada a inclusão para todos, instigando as pessoas a participar na sociedade como cidadãos.

Discorda-se das propostas exclusivas que separam as pessoas com surdez das ouvintes, minimizando o seu potencial. Não se admite mais embates entre gestualistas e oralistas centralizando o problema na língua. Segundo Damazio e Ferreira (2010) O problema da educação das pessoas com surdez não está na língua, mas na qualidade do aprender aprender (MORIN, 2001) e na eficiência das práticas pedagógicas que se aprimoram.

Na visão de António Reis (2014) o construtivismo preocupou-se inicialmente com reglas y moldear; depois com o enseñar y entrenar, o saber saber e o saber fazer e atualmente com interessa-se pelo guiar y apoyar, no modo de como se consolidam as informações e o conhecimento. Neste momento estamos em busca do novo modelo de como ensinar a aprender, para viver e conviver melhor neste novo paradigma globalizado.

Fundamentados nesta teoria de aprendizagem, as pessoas com surdez precisam ser estimuladas a motivadas a reivindicar direitos, a organizar ambientes educacionais que instiguem a participação para desenvolver a capacidade perceptivo-cognitiva, reflexiva exercitando a sua cidadania. O ambiente escolar tradicional precisa ser melhorado, não oferece condições às mediações simbólicas com o meio físico e social para todos e não exercita ou provoca a capacidade representativa (DAMAZIO, FERREIRA, 2010). Compromete o pensar, a linguagem os sentidos das pessoas surdas e outras.



Concorda-se com Damazio e Ferreira (2010), o Atendimento Educacional Especializado às pessoas com surdez precisa ser em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações, sem reducionismos, com ações conectadas pelo pensar e o fazer pedagógico. Deste modo o ambiente inclusivo volta-se ao aprender novos saberes (MORIN, 2001) favorecendo a mediação do professor e assim o aluno transformará as informações em conhecimentos (CAPDET, 2012.

Neste novo modelo social inclusivo a educação tem como princípios fundamentais o aprender a conhecer, a fazer, a viver e a ser, segundo Delors (1998). Nesta perspectiva ter consciência da complexidade torna-se fundamental para viver e conviver de forma saudável. Neste contexto se acolhe seres racionais e não tão racionais, "Homo sapiens sapiens demens", para isso requer um ser humano dialógico (MORIN, 2001) capaz de participar do sistema democrático, que tenham acesso há informações relevantes, de modo que todos consigam construir conhecimento emponderando-se deles. Portanto, aprender apenas a língua de sinais não garante aprendizagem significativa. Estas pessoas precisam ser respeitadas nas suas limitações e valorizadas nas potencialidades para obter sucesso.

Acredita-se que a transformação da escola passa pela melhoria nas práticas pedagógicas inclusivas quando se dispõe a acolher a todos, pelo aprimoramento dos métodos, das técnicas e ferramentas tecnológicas voltadas a escola do futuro. Uma educação neste contexto será mais significativa e a ação pedagógica não ficará tão restrita ao conhecimento, mas se dará pela ação reflexão de forma inter e intrapessoal no meio vivencial melhorando consideravelmente a vida e a convivência dos surdos e de todos os alunos.



Referencias



 

CAPDET, D.Aprendizaje Formal e Informal, a cargo de DolorsCapdet, 2012. Disponível:https://sas.elluminate.com/site/external/jwsdetect/playback.jnlp?psid=2012-01-11.0852.M.62DFC23DE29EA633E32D1BB63E1D05.vcr&sid=2010449acesso 11 de janeiro 2012.



 

DAMÀZIO, M F. M.; FERREIRA, J. Atendimento Educacional Especializado em Construção – Curso AEE, UFC, 2014.



 

DELORS, J. Educação um tesouro a descobrir. Cortez, SP, 1998.



 

MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 3. ed. Lisboa: Inst. Piaget. 2001.



 

_________ Os Sete saberes necessários à educação do futuro. 2001.



 

REIS, A. Curso Métodos y herramientas básicas para Enseñar la escuela de futuro. MOOC, Reddolac, 2014.