sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ESTUDO DE CASO - JOÃOZINHO



Estudo de Caso – Joãozinho

A. Identificação do aluno

Joãozinho tem 15 anos estuda numa escola estadual e frequenta o 7º ano do ensino fundamental. Apresenta uma deficiência física em decorrência da paralisia cerebral, causada pela demora no parto devido à falta de oxigenação. Inicialmente frequentou a classe especial depois passou para a classe regular. Possui muitos amigos, dentre estes o companheiro: Eduardo. Joãozinho adora ouvir música, lidar no computador, olhar filmes e jogar PS3. As disciplinas escolares que tem preferencia são: Geografia, Inglês e Educação Física. Porem encontra um pouco mais de dificuldades no Português e na Matemática, mas adora atividades que envolvam a utilização de computador que domina muito bem. Necessita de materiais e recursos que possam auxilia-lo em sala de aula como: cadeira e classe adaptada e jogos didáticos.  Acredita que estes materiais podem facilitar o seu aprendizado. Participativo, prefere as aulas práticas, como apresentações, principalmente em inglês. As suas maiores dificuldades são de locomoção e o acesso ao banheiro devido há falta de acessibilidade na escola. Frequenta os atendimentos de Terapia Ocupacional, a Fisioterapia e faz dança com alunos cadeirantes. Muitas vezes encontra dificuldade para frequentá-los devido à falta de transporte e pelo fato de que a cada semestre ocorre a interrupção destes, pois os profissionais são acadêmicos e seguem o calendário das instituições. A família é participativa, embora viva e conviva somente com a mãe que almeja a inclusão escolar e social para o filho mesmo desconhecendo os seus direitos. A maioria dos professores está preocupada com a aquisição da escrita, pois, o aluno tem muitos espasmos e nem os acionadores de pressão e adaptador para lápis e caneta têm mostrado resultados. Os mestres consideram Joãozinho um dos melhores alunos da sala, participa, socializa-se, é esforçado e tem domínio das disciplinas. A escola o considera um aluno exemplar, apesar de suas limitações consegue ser destaque em tudo o que faz.
 Jamais desiste e está sempre de bem com a vida.

B. Discussão do caso

A Constituição Federal de 1988 garante que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, assentando o princípio da igualdade. O que requer tratamento igual a situações iguais e tratamento desigual a situações desiguais, vedando distinções, porque entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, está o de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, outras formas de discriminação como a da deficiência. Portanto, o aprender acontece no momento em que as pessoas se dispõem a tirar uma lição sobre o que observaram formal ou informalmente sobre a teoria e a prática. Sendo assim, a igualdade jurídico-formal pode ser quebrada desde que garanta a igualdade material. Aos deficientes, também deve ser aplicado o princípio da igualdade formal perante a lei (artigo 5º, caput, da Constituição Federal de 1988). Considera-se o principio o mandamento nuclear de um sistema que se irradia as demais normas favorecendo o entendimento dos critérios, portanto as leis devem obedecê-los. Os direitos fundamentais não são absolutos, contudo, a igualdade formal pode ser quebrada diante de situações que a justifiquem. Sendo assim a pessoa portadora de deficiência, tem o direito a esta quebra quando de encontra com pessoas sem deficiência pelo principio da igualdade e da razoabilidade. Portanto tem o direito ao atendimento diferenciado de acordo com suas potencialidades e necessidades, para isso devem ser organizados espaços eficazes de aprendizagem e os tempos  respeitados.
A Emenda Constitucional na Lei Nº 12.796, de 4 de abril de 2013 altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificando o paradigma que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a formação dos profissionais, dando outras providências, à inclusão escolar e social. Esta Lei ampara o aluno pois a proposta inclusiva favorece o desenvolvimento pessoal e social. Na escola, alguns professores primam pela aprendizagem mecânica, enquanto outros ousam descobrir novos métodos no processo de ensino aprendizagem. Portanto, discutir o caso Joãozinho ampliou as possibilidades para a construção do Plano do AEE. Apesar dos seus problemas, o aluno tem muita capacidade. Sendo assim, planejar e eliminar as barreiras físicas ou atitudinais que o impedem de aprender torna-se fundamental. Casos como o do Joãozinho apresentam [...], “impedimentos da função motora acarretam a privação de acesso e de participação dos alunos em espaços e atividades.” (GIACIMINI[1], 2010) Porem não o impedem de se desenvolver como ser humano e não lhe tiram a possibilidade de ser feliz de acordo com as suas condições. Para isso estabelecer objetivos, traçar metas, estratégias, recursos e pensar na avaliação devem fazer parte do Plano do AEE no intuito de contemplar os interesses do aluno favorecendo a sua inclusão escolar e social. Percebe-se que entre os problemas centrais, o aluno não está recebendo atendimento no AEE, conforme a resolução Nº 4 de 2 de Outubro de 2009. Um problema fácil que pode ser resolvido pela boa vontade e pela adequação desta ou de outra Educadora Especial, da família com o aluno. Caso o problema do transporte seja de difícil solução, há a educadora especial pode atendê-lo na sala de aula individualmente, ou organizando atividades que contemplem toda turma, esporadicamente com música, dança, informática, isso aproxima as pessoas e melhora a qualidade na educação, favorecendo a inclusão escolar e social. Em suma, o menino dócil que gosta da escola e convive bem com seus amigos deve ter acessibilidade, acesso a materiais e recursos que possam auxilia-lo em sala de aula como o devido material adaptado no intuito de facilitar o seu aprendizado e ser feliz. A falta da cadeira, da classe, dos jogos e do transporte não lhe tira esta índole guerreira. Aqui gostaríamos de deixar um recado ao Joãozinho e as professoras:
- Mesmo que ele nunca consiga adquirir a escrita formal, com certeza existem outras formas mais inteligentes do que esta que o impulsionarão para frente. 
Não desista!


 PLANO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Dados de Identificação
Nome do aluno: Joãozinho
Idade – 15   Série – 7º ano  Turno - manhã
Professor Ensino Regular - Diversos
Professor AEE - Lisete,e Marlete

1.    Objetivo do Plano do AEE

O Plano do AEE tem como objetivo instigar o desenvolvimento da aprendizagem e da cidadania com autonomia favorecendo o processo de inclusão escolar e social.

Objetivos específicos

- Viabilizar o atendimento AEE com a Educadora Especial;
- Solicitar um profissional de apoio para auxiliá-lo;
- Organizar com os professores estratégias e materiais necessários ao atendimento ao aluno;

2.    Organização do Atendimento
O atendimento será realizado de agosto a dezembro de 2013, semanalmente com a duração de uma hora de forma individual ou em pequenos grupos em turno inverso, e na sala de aula com toda a turma uma vez por mês. De modo que os alunos percebam que ser diferente não é problema no intuito de valorizar o aluno e melhorar a qualidade na educação.

3.    Atividades e serem desenvolvidas com o aluno e a turma.

Trabalhar os conteúdos associados ao teatro, a filmes e aos jogos de forma lúdica recreativa e sistematizada. Utilizando a tecnologia como estratégia, procurando na internet material significativo, associado aos conteúdos e no youtube outras informações que favoreçam a construção do seu conhecimento. Pesquisar na turma seus interesses, para planejar e organizar na sala de aula atividade com a turma de modo que possam trabalhar em grupo, debater temas polêmicos cantar, dançar, brincar, viver e conviver com alegria.


4.    Seleção, adequação e compra de materiais


Cadeira e classe adaptada, jogos, engrossadores de lápis, papel com pautas espaçadas, cadeira de rodas, bolas, colchonete, outros equipamentos, materiais e tecnologias.

5.    Parcerias

Fisioterapeuta, Terapeuta ocupacional, família, colegas, Professor de Educação Física e os demais professores, bem como todo o pessoal que atua na escola para que possam ajudar neste processo inclusivo.

C.   Avaliação do Resultado


O plano será avaliado durante toda a sua execução, como pesquisa ação. Registrado em Diário de Campo e fotografado em todas as suas  fases de execução, para que os alunos possam visualizar e analisar o seu desenvolvimento como as mudanças observadas, os avanços e retrocessos, bem como a interação com a turma no contexto escolar que sempre é muito divertido.





[1] Orientação e mobilidade, adequação postural e acessibilidade espacial. MEC, UFC, 2010.

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