DESEJAR SER E TER
Lisete Maria Massulini Pigatto[1]
Escolher ser, desejar ter faz parte das aspirações do ser humano ao longo dos tempos. Parte dos anseios que alimentam a sua escolha e o instigam a buscar os objetos dos seus sonhos. Desde os mais primórdios tempos o homem busca estratégias que o possibilitam viver e conviver melhor, que procuram em busca de acordos e parcerias, porque sabem que sobreviver sozinho torna-se uma tarefa muito árdua e difícil.
Comparando esta pequena introdução ao papel do professor do AEE – Atendimento Educacional Especializado que trabalha com o aluno da educação especial na escola, na sala de aula e na sala de recursos multifuncional não tem muita diferença. Porque além de professores somos aprendizes, que buscam aprender a lidar com o novo, com o inusitado todos os dias e nem sempre sabem o que e como fazer. Como desenvolver práticas eficazes para que tenhamos sucesso nas intervenções com portadores de outras potencialidades e necessidades mais específicas que requerem a parceria de outros profissionais.
Uma tarefa que instiga a pensar, a estudar a diversidade, a planejar o atendimento e a rever a nossa postura, a nossa atuação como educadores. Porem, se estas pessoas tivesse uma única existência e a sua sorte fosse definida desta forma à eternidade, a educação teria algum significado, alguma função importante?
Nesta ou noutra vida, acredita-se que sim, porque o acesso ao saber tem a capacidade de sensibilizar, humanizar as pessoas, tornando-as melhores. Nesta profissão além de conhecer o aluno, a família, a escola, a legislação e o contexto o professor deve ser capazes de trabalhar em conjunto almejando resultados significativos. Uma tarefa desafiadora que requer observação e um planejamento nos mínimos detalhes, porque os estudos de caso tornam-se fundamentais para conhecer a realidade e desenvolver bons trabalhos.
Portanto, planejar requer pensar habilidades, competências e estratégias que contribuam para o desenvolvimento da aprendizagem e da cidadania, de modo que os alunos possam se melhorar como cidadãos e seres humanos. Aprendemos muito nas formações, nas interações com os colegas porque aprender a viver e a conviver faz parte deste novo modelo social inclusivo, que não requer apenas aprender a ler e a escrever, mas interagir de forma alternativa e interativa respeitando-nos na forma de pensar e agir.
Nesta perspectiva, constata-se que o Educador Especial é um profissional novo, que chega na escola com a proposta: de ser um mediador capaz de produzir bons resultados nos alunos e na comunidade. Um profissional que atua na escola, nos hospitais e nos presídios quando necessário, e tem a capacidade de aprender sempre, de trabalhar em conjunto, favorecendo a autonomia nos alunos de forma saudável, num processo de inclusão escolar e social que contemple a todos.
[1] Lisete Maria Massulini Pigatto é Dr. Em Ciências da Educação. Atua como Educadora Especial no Sistema Estadual e Municipal de ensino na Cidade de Santa Maria, RS. Acadêmica de Direito na Fadisma.
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